Vem cá… toda apresentação precisa de um Powerpoint? Você sabe que não. Toda conversa é uma apresentação? Você pode discordar de mim (e continuaremos amigos), mas eu creio que sim: nos apresentamos a todo instante.
A diferença básica entre uma conversa e uma palestra, ou uma fala para uma grande audiência é, na verdade, apenas o tanto de gente aglomerada em volta do assunto. Mesmo que em uma conversa a interação seja maior, não se engane: a platéia sempre interage, ainda que você não convide ninguém a se expressar verbalmente.
Talvez isso justifique o resultado da pesquisa que o Sunday Times fez e que identificou o medo de falar em público como o maior medo do ser humano: as pessoas reagem, julgam, formam opinião e são capazes de dizer que adoraram a sua fala, mesmo que não tenham sequer prestado atenção (#quemnunca). Isso sem falar de vaias e possíveis constrangimentos aos quais o apresentador se expõe ao se colocar diante de seu público.
Sobre timidez e o medo de falar em público, recomendo dois ótimos artigos do Pedro Lucio publicados em nosso blog:
Voltando ao Powerpoint…
O que eu mais vejo por aí são apresentadores que usam o Powerpoint como guia, ou como apostila. Isso te parece familiar? Você já percebeu o apresentador virando o slide pra saber a sequência da sua própria apresentação? Já viu aqueles slides cheeeeeios de texto e o apresentador LENDO CADA PALAVRA, como se a platéia fosse cega ou analfabeta?
Qual a necessidade disso, minha gente?
Simples: se o apresentador não está bem preparado e seguro, ele vai precisar de ajuda. Sobra pro coitado do slide fazer papel de manual de instruções.
E se eu sei ler, pra quê eu quero uma pessoa lendo slides na minha frente atrapalhando o meu raciocínio? Entendeu que essa é uma excelente receita para uma apresentação estupidamente chata?
Já vi um outro extremo, curioso também: aquele onde os slides têm bastante texto, bastante infomação, mas não são legíveis. Aí o apresentador passa pelo slide feito foguete. Não sei você, mas eu fico encasquetada querendo saber o que tinha de tão misterioso naquela lâmina que o apresentador passou tão depressa. Aí pronto: o apresentador perdeu a minha atenção…
E onde você está querendo chegar, Octacilia? Consigo imaginar o leitor se perguntando: Quer dizer que eu devo ABANDONAR OS SLIDES?
Calma. Às vezes você não só pode como deve abandonar os slides. Você é o apresentador, portanto, você é o foco da apresentação, aquele que carrega a mensagem.
Mas então, quando usar slides?
Bom, os slides são recursos incriveis para uma apresentação impactante! Meu lado designer esclarece, sem demagogia e sem afrontar demais àqueles que dizem que o conteúdo é o que realmente importa: SOMOS CRIATURAS VISUAIS.
Da mesma forma que não basta ter slides impecáveis se o seu conteúdo for medíocre, também não adianta nada saber absolutamente tudo que se conhece sobre um determinado tema e não ser capaz de gerar impacto na mensagem. O slide está ali para fornecer mais argumentos que reforcem o seu recado. Para te ajudar a alcançar todas as pessoas na platéia. E bons slides ajudam a neutralizar os ruídos da comunicação, ajudando a sua audiência a ter mais foco.
Slides não são pra você, são pro público. E não importa a quantidade de pessoas, será sempre um respeitável público.
1 comentário