Observe a sua volta. Esteja onde estiver. Converse com as pessoas e no momento oportuno pergunte sobre quais são seus maiores medos. O resultado será uma lista que varia de escuridão à baratas, passando por aviões, violência e outras desgraças da vida cotidiana.
Em quase todas as listas aparece o medo de falar em público. Pela constância em que é lembrada facilmente ocupa o posto de maior medo dos indivíduos consultados, que, considerados como amostra da humanidade, fundamentam a ideia do título acima.
Muitas oportunidades, desejos e sonhos se perdem quando a timidez impede ou prejudica a exposição assertiva das ideias. A vergonha e a timidez destroem o potencial de qualquer apresentador, como nos ensina o Sr. Madruga.
Um detalhe pouco conhecido sobre a timidez é que todos nós, em maior ou menor grau, temos um pouco dela em nossa personalidade. Nós não nascemos com ela, mas a desenvolvemos em maior ou menor grau em função de nossas experiências de relacionamento e do ambiente em que vivemos.
Como pensam as pessoas com alto grau de timidez?
- Pensam que estão sempre sendo julgadas pelos demais e talvez não sejam aceitas. Com isso esquecem que as pessoas se preocupam primeiro com elas próprias.
- Pessoas tímidas cobram muito de si mesmas e esquecem que ninguém é perfeito.
- Enxergam os demais como seres superiores, com mais qualidades ou mais interessantes do que elas. Desconsideram a grande diversidade de seres humanos: nenhum deles igual ao outro.
- Pensam que só tem defeitos e algumas poucas ou nehuma qualidade. Tem dificuldade de receber elogios. Desta forma se colocam abaixo dos demais em muitas situações.
Da mesma forma que a timidez foi construída em nossa personalidade, será reduzida em nosso comportamento pelo uso de duas ações complementares: controle dos pensamentos que levam ao medo e a prática de palestras e exposições públicas regulares.
Acompanhe o seguinte silogismo:
Premissa maior: Posso controlar meus pensamentos.
Premissa menor: Meus sentimentos se originam de meus pensamentos.
Conclusão: Posso controlar meus sentimentos. Simples, concorda?
Neste processo de enfrentamento da timidez o indivíduo será levado a experimentar e descobrir um mundo mais simples, menos traumático e muito mais prazeroso.
Se imaginarmos uma escala métrica que medisse o medo de falar em público, no extremo da falta de medo teríamos o personagem palhaço. Que encontra uma plateia que dele espera nada menos que diversão. Imaginam o tamanho do desafio?
Como diz o famoso palhaço americano Avner Eisenberg:
Ao palhaço está permitido fazer coisas que as outras pessoas não podem. Todos nós somos ensinados a não fracassar nunca, mas o palhaço deve fracassar e, então, sobreviver.
– Avner Eisenberg
Agora, pare e pense comigo: Quantas vezes você já fracassou por não ter sequer tentado?
- Aquela pessoa que você queria chamar para sair e ficou só na vontade…
- Aquela oportunidade de resolver o problema de alguém que ficou sem resposta porque “não era com você”;
- Aquela venda onde faltou pouco, muito pouco… um olhar mais firme, talvez…
- Aquela apresentação que não foi feita porque não estava “boa o suficiente”.
Tenho certeza de que você consegue ver o que poderia ter sido feito de forma diferente nestas situações. Mas sem desenvolver habilidades de comunicação e controle emocional você continuará apontando o dedo para si mesmo ou culpando as circunstâncias.
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