No dicionário Houaiss descobrimos que estória é uma palavra mais antiga em nosso idioma do que história e, em princípio, com o mesmo significado. A palavra “estória” foi registrada em Portugal no século XIII e “história”, no século XIV, como sinônimo da segunda, ou seja: as duas significariam a mesma coisa.
Aprendi na escola, há muito tempo atrás, que estória é algo fictício e inventado por alguém e histórias são fatos reais, realmente aconteceram e do jeitinho que nos contam (ah tá…). Depois de algum tempo andando sobre a terra percebi que fatos reais dependem da interpretação das testemunhas e que quem conta um conto sempre aumenta um ponto… ou não? Assim decidi apenas utilizar a palavra estória.
Adicionamos a isto mais um dado importante:
No mundo das apresentações feitas para empresários, empreendedores e estudantes estimamos que mensagens passadas através de fatos descritos em PowerPoints serão absorvidas por apenas 5% da audiência, enquanto mensagens embutidas em estórias contadas serão absorvidas por 63% da audiência, nos informa Olivier Oullié – palestrante francês.
Por isso, somos fascinados por contar e ouvir estórias. Estórias que motivam, que informam, que vendem, que inspiram e que explicam como as coisas funcionam.
E o melhor de tudo: quando desenvolvemos uma estória para trasmitir uma mensagem não precisamos ser exatamente verdadeiros e duros como a realidade, nem como exatamente ocorreram os fatos que dão “sustância” a estória.
A estória pode ser adaptada à mensagem que queremos passar. Não podemos esquecer que interpretamos o mundo com o nosso entendimento dele, utilizamos para isso a nossa cultura, nossas emoções e nossas crenças para filtrar as mensagens que recebemos.
Aqui não defendemos a mentira nem a falsa notícia (#fakenews), muito em uso ultimamente pelos meios de “desinformação” massivos. Mas criando e contando estórias precisamos transmitir mensagens em que realmente acreditamos. Nem que seja por um breve momento. Por uma boa causa, por uma boa diversão, e que assim seja.
“Assim é, se assim lhe parece.” Luigi Pirandello – dramaturgo italiano.
Um exemplo com uma estória já contada por muitos cientistas: a criação da vida na terra. Não há dúvida que com a imaginação a “pleno vapor” qualquer história baseada em evidências pode melhorar e se tornar uma estória mais interessante. Está na dúvida? Assista o video abaixo.
Por isso, preferimos utilizar a palavra estória em detrimento de história. Preferimos embutir mensagens em estórias que misturam realidade e ficção. Em nosso mundo, o real e o imaginário se confundem fazendo da vida uma experiência maravilhosa de viver, com muitas estórias para entender e contar.