Se você, assim como eu, assistia ao seriado Chaves, você sabe precisamente a resposta. Se você não assistia Chaves… meu amigo… acho que está na hora de buscar novas (velhas) referências para encantar seu público.
A resposta é óbvia:
– Com as pérolas! – Disse Godinez, o gênio!
A questão é que, muitas vezes, a gente complica as coisas. E deixa a platéia desamparada, sem uma âncora que deixe as coisas claras. Aquilo que deveria ser uma pérola vira uma azeitona na cabeça do público.
A dificuldade com o óbvio é que ele não é para preguiçosos. Para encontrá-lo é preciso pensar no problema, investir tempo analisando… olhando por diversos ângulos, para que enfim você consiga encontrar o que estava lá o tempo todo. O óbvio não parece genial, e talvez por isso mesmo ele realmente seja.
“Entender o óbvio pressupõe análise; e análise pressupõe pensamento.” – Adams Óbvio, personagem de Robert R. Updegraff em “Adams Óbvio: Como obter sucesso incomum na vida profissional”, de 1916.
Esse livro é uma pérola! Se você não leu, leia: É curtinho, simples, prático e estupidamente… óbvio! É a estória de um jovem chamado Osborne Adams. Ele começa como estagiário na Oswald Advertising Agency (uma das maiores agências de publicidade de Nova Iorque na época) e acaba chegando ao posto de vice-presidente da empresa. Tudo isso porque ele simplesmente enxergava o óbvio.
Ao final do livro estão algumas dicas, que não constam no original, mas foram reeditadas pelo próprio autor. Ele percebeu que as pessoas exageram na busca do óbvio, racionalizando demais… o que era pra ser uma solução simples vira um intrincado raciocínio lógico, cheio de armadilhas.
“Quando uma idéia tenta ser esperta, engenhosa ou complicada, deveríamos desconfiar. Provavelmente não é óbvia.” – Robert R. Updegraff
Quando você estiver diante do roteiro de sua próxima apresentação, ou tentando resolver um problema, teste se a solução é óbvia:
- “Este problema, depois de resolvido, será simples.”
Qualquer pessoa precisa conseguir olhar para a solução que você acabou de propor e entendê-la completamente. - Esta solução é compatível com a natureza humana?
Se você não se sentir a vontade para explicar a sua ideia “óbvia” a qualquer pessoa, provavelmente não é uma ideia óbvia. Teste com seu vizinho, com o padre, com a faxineira… - Coloque a idéia no papel.
Tente escrever sua solução em dois ou três parágrafos simples. Se não conseguir, ao menos você irá expor as fraquezas e complexidades de sua ideia. - Ela “explode” na cabeça das pessoas?
Sabe quando alguém te fala alguma coisa e você diz: “Puxa, como eu não pensei nisso antes”? Observe o rosto e o olhar das pessoas quando se deparam com o óbvio. - Saiba reconhecer o momento certo.
Timing é o grande segredo da inovação. Às vezes a ideia é ótima, mas o momento não é adequado (economia, cultura, política, custos de produção, etc..). Ou pode ser que você esteja atrasado, alguém lançou a ideia primeiro… então nesse caso o óbvio é partir logo pra outra 😉
E você, tem alguma dica para compartilhar para validar suas se suas soluções são simples e óbvias? Conta pra gente!